Miscelânea
Este
silêncio de conversas que não percebo e me rodeiam,
estas
notícias quotidianas nos jornais,
este
deflagrar de guerras,
e
a ambição de sistemas solares
e
a poluição por resolver
e
a fome por matar à boca das crianças
e
as esperanças,
essas
que nunca se nos acabam,
e
os cristos a desfilarem,
de
pés sangrentos,
e
cruzes invisíveis
da
nova moda feminina
e
os cabelos ao vento de todos os quadrantes
e
os farsantes,
que
passeiam com ar de quem não deve nem teme,
e
o leme
dum
barco que deu à costa e naufragou
e
as bruscas decisões
dos
senhores que governam o mundo
e
o fundo
mar
de mágoas que nos restam
e
a paz nunca mais renascida,
e
a vida
que
nunca se pode viver
sem
carícias, nem corpo, nem ternura
e
a amargura
dos
que pouco ou nada comem
e
o homem
quase
divinizado por si próprio
com
foguetões, ideias e loucura,
sem
miradas de paisagem
sem
pausas de verde
sem
sorriso
e
o paraíso
perdido
novamente…
Ai,
de que me vale dizer que sou presente
http://www.youtube.com/watch?v=KqKDgYi-TLY&feature=related
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foto retirada da net
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