sábado, 3 de março de 2012


Miscelânea

Este silêncio de conversas que não percebo e me rodeiam,
estas notícias quotidianas nos jornais,
este deflagrar de guerras,
e a ambição de sistemas solares
e a poluição por resolver
e a fome por matar à boca das crianças
e as esperanças,
essas que nunca se nos acabam,
e os cristos a desfilarem,
de pés sangrentos,
e cruzes invisíveis
da nova moda feminina
e os cabelos ao vento de todos os quadrantes
e os farsantes,
que passeiam com ar de quem não deve nem teme,
e o leme
dum barco que deu à costa e naufragou
e as bruscas decisões
dos senhores que governam o mundo
e o fundo
mar de mágoas que nos restam
e a paz nunca mais renascida,
e a vida
que nunca se pode viver
sem carícias, nem corpo, nem ternura
e a amargura
dos que pouco ou nada comem
e o homem
quase divinizado por si próprio
com foguetões, ideias e loucura,
sem miradas de paisagem
sem pausas de verde
sem sorriso
e o paraíso
perdido novamente…
Ai, de que me vale dizer que sou presente

http://www.youtube.com/watch?v=KqKDgYi-TLY&feature=related

foto retirada da net

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