Hoje pensei em prosa poética.
O
meu olhar varria o espaço que terias de percorrer. Curiosamente, ou não, o
coração batia descompassado e um ligeiro aperto tinha-se fixado nas paredes do
estômago.
Era
um aperto bom, um aperto de ansiedade, um aperto de felicidade...
Por
fim apareceste.
Descias
bela e harmoniosa.
O
escuro do teu vestir fazia realçar ainda mais o doirado dos teus cabelos.
É
tão só uma imagem deslumbrante, desconcertante, inesquecível. Uma imagem que
perdurará para todo o sempre.
E
foi no momento mágico da troca de olhares que eu senti que eras ainda mais
bela.
Renoir,
Rembrandt, qualquer um desses génios da pintura teria sido incapaz de transpor
para a tela a beleza que tens.
A
beleza do olhar, o caminhar ágil e leve, um rosto... oh o rosto, um sorriso que
clareia a vida e marca duas admiráveis covas...
E
nesse momento os nossos olhares penetraram mais fundo e os bons dias brotaram
seguidos de um beijo na face... ficou o desejo de um só beijo nos lábios,
lábios que saberiam a mel da doçura que encerras.
Desejei
tanto pegar-te na mão ou tão só oferecer-te o meu braço...
Hoje
pergunto porque não te levei flores?
Mas
hoje também digo
foi tão bom estar contigo
e porque só conheço uma música possivel, ela aqui fica
http://www.youtube.com/watch?v=CzcPo38R-dw
e porque este poema se enquadra aqui fica, mesmo não sendo recente
Sorriso
Sorris, e a tua boca desvela um lago
A extensão profunda e tranquila
Dos abraços.
Não é preciso inventar as horas de uma vida
A seiva que te sacia tem origem na luz
E bebe-la de um fulgor
Com que adoras e reflectes as estrelas.
Abres-te no meu caminho como um campo,
Onde descrevo o alento dos profetas
E escrevo-te versos
Assombrosos
E curiosos por saber o amor,
Ansiosos por beber
A metamorfose das fontes.
Penso agora
Agora não penso
Não sei
E sei cada coisa
minuciosa
Quero-te dizer uma verdade audaciosa
E quero pensar esse impulso de viver.
Enfim
Também me importa o medo de não saber
Porque tu
Pertences aos horizontes sucessivos
Aos oceanos esplêndidos dos confins.
És isso só
Sem os limites de um poeta que te ama.